Saturday, December 27, 2008

Natal a moda Lusitana

Pra não passar abandonada, vim a Portugal, passar Natal.
Não lembrava de Lisboa, pelo menos achava que não. Ao chegar lembrei que lembrava.
Sabia onde era Belém. Onde vendia os pastéis. Onde era o Castelo de São Jorge e como chegava lá.
Da ponte, dentro do autocarro, virei guia a apontar os lugares, sem nem lembrar que lembrava.

Lembrava da casa de S. Álvaro e D. Ana.
Principalmente da mesa grande e das comidas gostosas...

Mas ao Natal...

Todo mundo diz que mãe é tudo igual, so muda de endereço... acho que depois dessa minha experiência Lusitana, vou expandir o ditado para família. São iguais, só muda o endereço. Nesse caso, o continente.

É barulho, conversa, criança gritando, criança pulando, tv passando programação de Natal, comidinhas e comidonas, aquela conhecida e boa confusão de todos os Natáis...

Porco, bacalhau, queijos, vinho, sobremesas... tudo muito calórico.

No dia seguinte, almoço de Natal. Pras crianças abrirem os presentes que 'Pai Natal' deixou debaixo da árvore, depois de comer um pedaço de pão e tomar um vinho... (Pois é, em terras lusitanas o Pai Natal não conhece a lei seca do álcool zero. Mas que grande imprudência Natalina!!!).
E na mesa: 'Roupa Velha' (uma reciclagem do bacalhau do dia anterior) mais porco, e mais sobremesas altamente calóricas. Ah, e Vinho, claro.

No fim, foi tudo ótimo. Mas teve um grande porém: apesar de me sentir acolhida total e completamente, acho que ver o Natal de 'outra família' só me fez ter mais saudades da minha.

De Mami me acordar dizendo "Bom dia, Flor do dia". De se arrumar em Têca pro Natal. De Mami apressando Papi pra gente ir logo pro Loft e de se arretar porque as pranchas dele estão no banco de trás do carro. Do jantarzinho na casa de Vovó Lijane. Do bacalhau com batata e do arroz dela. De vovô coque contando pela enésima vez que Edileuza colocou o 'pata negra' dele na feijoada. Do nosso amigo secreto. De tio André falando besteira. De Pedrinho e Rafa brincando.

Da casa cheia de vovó vanjinha. De perguntar a vovó: "Quem era aquela? É prima?". E dela explicar quem é falando o nome de trocentas pessoas que eu também não sei quem é. Dos primos todos juntos. De Tia Adriana tentando comandar a organização dos presentes. De Camila fugindo. De Antonio me dando conselhos. De gente chegando. Gente saindo. Combinar ir pra Carvalheira. E ir. Ou talvez não. De vovó reclamando que Moza tá usando farda velha. De Moza dizendo "Feliz Natal Nana", ou reclamando que a gente não foi falar com ela logo que entrou. Do bolo de nozes. Do Peru e do presunto. Das bolinhas de queijo, que não podem faltar. De ouvir as conversas de vovó e tia Neli. De ser um dos últimos a sair, tarde da noite, depois que a gente bebeu num sei quantas garrafas de num sei o que. e Vovó tomou varios whiskinhos (Red Label, sempre). De Nina latindo histérica e vovó soltando ela no fim da noite...

De Mami e Papi. de todo mundo...

Enfim... saudades.

Tuesday, December 2, 2008

Coldplay 29/11 - Sheffield Arena - Sheffield

Então,
Achei que deveria escrever alguma coisa sobre meu primeiro show da VLV tour, principalmente depois do review que escrevi ano passado no coldplaying.

Pra começar, o dia começou no dia anterior. Na noite anterior pra ser mais precisa.
Em vez de ter ficado em casa e descansado pra pegar meu lindo ônibus (com 5 horas de viagem à frente) decidi sair com o pessoal da casa. Acho que foi uma boa decisão no fim das contas, afinal, me conheço bem e não ia estudar nada se tivesse ficado em casa. Enfim, não dormi. Fui direto da 'pós-balada' (lanchinho e chá aqui em casa) pra estação de ônibus.

Longa viagem que aproveitei pra dormir e chegando em Sheffield tinha duas opções: Ir pra casa de Moinak (namorado de Vinitha) esperar dar a hora do show ou ir explorar o centro de Sheffield pra ver no que dava. Nem um nem outro. fui comer.

Depois de voltar na estação de ônibus pra tentar mudar minha passagem conheço Juanfri e Laura, espanhóis de Murcia, que vieram só pro show. "Oi, eu sei onde é a Arena, estou indo pra lá, quer ir junto?".
Ganhei novos amigos.

Fomos para o box office tentar pegar meu ingresso mas ainda não estava lá, porém, bela surpresa: estão passando o som do outro lado da porta! Ouvi Jonny e sua guitarra com os acordes de "Chinese Sleep Chant". Quase morri.

Decidimos achar um lugar mais quentinho pra ficar e achamos uns restaurantes do outro lado da rua. Muita conversa, pints, e eu 'desenferrujando' meu espanhol (ai como eu prefiro o inglês...).

Kara me manda uma mensagem dizendo que (finalmente) chegou. Está no box office e voltamos pra lá, já que Juanfri e Laura estão com fome e querem preparar uns 'bocadillos'. Gente preparada é outra história: pão, queijo, jamon serrano, vodka, fanta. e uma faquinha de brinquedo. picnic completo!!!

Consegui pegar meu ingresso. Boa vontade da moça do box Office. e a passagem de som continua. gravação? playback? Chris? CHRIS? CHRIS MARTIN? Sim. Era a passagem de voz. Chris cantando VLV, Clocks. CEMETERIES. Lindo. E a gente feito bobo alegre dançando no meio do Box office.

Chega perto da hora do show e todos se separam. Cada um está numa porta diferente. Entro, sento e me localizo. Caralho, tô longe viu. Mas tudo bem, o que importa é que vou assistir o show. Do meu lado uma família com duas crianças. Liam (11) e Adam (9). Liam é fã de Chris Martin e os pais vieram da putaquepariuhamvilleshire (Na verdade de Sommerset, em Cornwall) pra ele assistir o show. fofinhos eles.
Depois de uma banda de abertura tosca e um DJ psycho a banda começa.
Ahhh... LiT... deu uma esperança que fossem tocar LiT ii, mas não foi dessa vez. (e até agora, ninguém na minha section se levantou, apesar do resto da arena estar em pé)
Violet Hill em seguida e clocks quase emendada. Luzes vermelhas para clocks. nice change from the classic green lasers (ainda, ninguém em pé).
Basiconas, In my Place e Speed of Sound (todos sentados).
e CEMETERIES. Não aguentei. fiquei em pé. olhei pra trás, todo mundo sentado. sentei de novo, mas com a cadeira fechada... na aguentava mais ficar comportadamente sentada. Chinese sleep chant emendando e logo: 42!!!
Fiquei em pé de novo. e sentei de novo. que saco. povo desanimado. Chris não cantou o ultimo falsete. a platéia sim. "haha, yeah, that's it... ohhhhhhhhhh".
Fix you. linda. emocionante. mas não é a mesma coisa tão de longe. tampouco sem a luz flutuando sobre nossas cabeças. E Strawberry swing. Aí não aguentei. Levantei e continuei em pé. Fodam-se pessoas tristes.

Primeiro momento 'offstage': Palco 'disco' no meio do block C. GPASUYF e Talk em ritmo eletronico, emendadas uma na outra. hum. meio estranho, mas ok. Todo mundo vai embora. Chris fica no piano. Faz alguma brincadeira sobre estar nervoso por voltar ao solo britânico. está com uma espinha do tamanho da Isle of Wight. Brinca com os primeiros acordes de The Hardest Part (não consegui me conter: "The Hardest Part? ahhhhhhh nããããõ). pára e brinca de novo: "That was the worst song introduction ever". continua brincando com os acordes. Pára de novo para dizer: "Fuck it, I don't want to play this, I want to play Trouble". MORRI. x.x e ele toca trouble, só. lindo.
E depois, mais lindamente ainda, toca Postcards from far away. Silêncio total na platéia. respirei fundo. fechei os olhos e me senti num filme (Estrelo, you know what I'm talking about). morri totalmente.

Ele volta pro palco principal estourando com VLV. A platéia ao delírio cantando "oohhh ohhhh". E em seguida Lost!. Confesso que esperei que fosse Lost!+, já que 'sutilmente' em cada cadeira da Arena havia um flyer com os shows do ano que vem que contarão com Jay-Z (brainwash, anyone?). Mas não, pra alegria de (provavelmente) todos, foi a versão normal.

Segunda offstage part. Palquinho na área lateral da Arena. No meio do público. Chris apresenta a música dizendo: "We wish this song was written by Gary Barlow" e começa sua versão acústica de The Scientist... terminando cantando "whatever I said, whatever I did, I didn't mean it, I just want you back for good". É, Gary Barlow entrou em algum lugar da música. Will com sua voz bonitinha canta Death will never conquer. Platéia em silêncio. Acho que do meu bloco, só eu sabia cantar.

(Ah, e o pessoal finalmente está em pé desde VLV).

Volta pro palco pra tocar Politik. Estrondosa. Música. Luzes. firme e forte como sempre.
e Lovers in Japan. Esperei ansiosamente as borboletas. Elas cairam. mas só pra que estava no floor. triste. mas foi lindo mesmo assim... tudo bem, eu pego elas no próximo show.
e pra terminar, claro, Death and All his friends. Só eu enlouqueci. Mas já não tava nem aí mesmo, sabia que estava close to the end.
The boys leave the stage.

Mas claro, eles voltam. E Chris pergunta: "Did we forget to play something?"
e com a platéia gritando eles começam a tocar Yellow.
Ele não canta. deixa a platéia cantar. Lindo coro.
E eu tive esperanças de ver bolas gigantes vindo em minha direção. Nada. "Não Mariana, não é mais essa turnê".

E o show termina. Todo mundo feliz. satisfeito. e eu ainda consigo uma carona pra casa...